sexta-feira, 29 de junho de 2012

A SOCIEDADE DO CONHECIMENTO E A ESCOLA.


Sociedade do conhecimento e a escola.

Atualmente o acesso as informações é rápido e amplo, devido ao uso frequente das novas tecnologias de comunicação, que disponibilizam conhecimentos a todos que procurarem a qualquer tempo, tornando igualitárias as condições de produção e acesso ao conhecimento. A facilidade de acesso as informações está transformando a sociedade, gerando novos sistemas culturais, que usam as tecnologias para expressar pensamentos, esses elementos é que caracterizam a sociedade do conhecimento.

A sociedade contemporânea esta em um paradoxo, o acesso a tantas informações por meio das tecnologias não quer dizer de fato que as pessoas possuam o saber verdadeiro, as informações não passam de meros “flaches” na memória. No sistema educacional verifica-se um deficit de aprendizagem embora os alunos passem mais tempo na escola. Não basta ter acesso as informações é necessário busca-las e transforma-las em conhecimento. Diante as transformações proporcionadas pelas novas tecnologias, o mundo exige um novo perfil do profissional e do cidadão. Pois o conhecimento é via indispensável para desenvolvimento pessoal cultural e econômico.

O desafio do sistema educacional é formar alunos para cidadania responsável, para ser eternos aprendizes, e dar autonomia aos alunos na busca e seleção de informações para produção do conhecimento.

As novas tecnologias da informação estão criando novas formas de distribuir socialmente o conhecimento tornando acessível todos os saberes, as pessoas através das tecnologias aprendem mais sobre diversos assuntos e de outras maneiras, proporcionando novas formas de conceber e gerir o conhecimento sob perspectiva cognitiva e social.

Para atender as exigências que o mundo impõe em relação aos saberes que se espera dos indivíduos cidadãos, surge a proposta de inserir as novas tecnologias na produção do onhecimento oferecido pela escola, criar competências cognitivas ou capacidades para os alunos produzirem o seu próprio conhecimento, e estarem aptos a atender a exigências que lhes são impostas.

A escola deve formar alunos, que sejam capazes de acessar e assimilar as informações de forma critica e reflexiva, para converter a informação em conhecimento de forma ordenada, assim a informação deixaria de ser flaches na memoria, outra capacidade que precisa ser desenvolvida pelos alunos é a de aprender com a diversidade de perspectivas, relatividade de teorias e múltiplas formas de interpretações da informação para construir seu próprio ponto de vista.

A educação assume o papel de proporcionar aos alunos capacidades para construir seu próprio conhecimento, torna-los aprendizes flexíveis, dotando-os de estrategias da aprendizagem adequadas, capacidades de aquisição, interpretação, analise, compreensão e compartilhamento da informação, tornando os alunos capazes de enfrentar as novas demandas da aprendizagem.

Antropologia, meus entendimentos acerca do homem e relações culturais, expostos no filme A missão.


O homem se transforma e modifica o meio que vive através de suas realizações, além de criar relações complexas com o mundo a sua volta, a analise sistematizada do homem, suas relações, origens, comportamentos e diferenças é tema de estudo da antropologia.
A antropologia surgiu a partir do conhecimento metódico, pensadores começaram a observar o homem, e questionar suas relações, comportamentos e as diferenças sistematicamente.
Esta ciência possui dois campos de conhecimento acerca do homem, o cultural que estuda o comportamento,relações, costumes e crenças; e o campo biológico que estuda a origem e desenvolvimento a partir de observações e pesquisas arqueológicas.
Entre os homens existem diferença na maneira de reagirperante as dificuldades que encontram no mundo, para enfrentamento dessas dificuldades eles organizam-se em grupos que se distingue dos demais de acordo descendência genética, região que habita, características biológicas, crenças, valores e costumes, essas variações são chamadas de cultura, onde cada grupo desenvolve a sua de acordo a necessidade, e repassam para os demais do grupo por gerações através do convívio desde os primeiros anos de vida.
Verificam-se a partir das relações entre os grupos culturais diferentes, estranhamentos e preconceitos, pois cada grupo acredita que sua maneira de pensar e agir é a mais correta, ou melhor, que a de outro grupo, este comportamento se firma na teoria de etnocentrismo.
As relações entre culturas diversas foram marcadas por repressão e violência, as diferenças eram mal vistas, levando até mesmo ao extermínio de algumas culturas. As pessoas veem o diferente com desprezo e julgam. A cultura diferente é vista como um comportamento errado, marcando as relações nas diferentes sociedades.
A antropologia surge para amenizareste conflito, estuda nossas diferenças para demonstrar que todos são iguais, o que nos difere uns dos outros são as formas de enfrentamentos e relações criadas no grupo cultural que pertencemos.


No mundo existem vários povos com diferentes formas de agir e pensar, revelando a diversidade cultural, algumas culturas valorizam o poder e soberania. A repressão e violência são comuns nas relações culturais, que valorizam o poder, cada individuo julga sua cultura como a mais correta, e a impõe aos demais, principalmente a aqueles que são minorias ou menos desenvolvidos, sempre no intuito de adquirir domínio ou poder, para destacar-se dentro de seu grupo, de acordo com aquilo que valoriza na sua cultura. Para tais fins o homem é capaz de reprimir e massacrar o direito e a liberdade do semelhante, atrocidades foram cometidas, em nome do poder, posição privilegiada ou domínio.
Para conseguir poder espanhóis e portugueses buscavam novos territórios. Um dos territórios foi a América, que já existia um povo com uma cultura que os europeus consideravam inferior, pois não usavam roupas, moravam nas florestas, e não existia ambição entre eles, este povo era os índios. Os jesuítas tiverampapel importante, eles catequizavam os índios, codificavam seus costumes, facilitando a conquista, estes índios foram colocados para trabalhar, tirando a liberdade desse povo, embora o que os jesuítas queriam era apenas mais fiéis a igreja, mas o desencadear disso foi aculturação, extermínio do povo indígena que residia no litoral.
No Mato Grosso, não foi diferente, o plano de integração nacional, desenvolvido no governo de Getúlio Vargas não considerou os habitantes que aqui já residiam, o governo vendeu terras indígenas para empresas multinacionais, e estas por sua vez massacraram este povo, destruíram suas casas, tomaram suas terras, mataram mulheres e crianças sem piedade.
Em Vila Rica não diferente, das relações culturais anteriormente abordadas, foram marcadas por violência. Os índios que aqui existiam fugiram para região do Xingu e Santa Terezinha, assim como os sulistas que migraram para essa região tratavam os goianos como inferiores e assim vice e versa, prevalecia o etnocentrismo nas relações culturais que aqui estabelecia, hoje em dia da mesma forma ainda acontece preconceitos acerca dos nordestinos que migram para nossa região.



Após as leituras, filmes, discussões, rever os históricos das relações culturais, e da diversidade cultural que existe, aprendi a enxergar diferente a forma que o outro tem de agir e ver o mundo, que pode ser estranho para mim, e para o outro é normal, e que devo respeitar, para que eu possa ser respeitada em meus pensamentos, valores e comportamentos. Antes das aulas eu pensava que era uma pessoa aberta as diferentes culturas, que aceitava em suas totalidades, mais após discussões, pude inferir que resistia em mim um pouco de etnocentrismo e preconceito, e esta postura estou transformando, isso é complicado, mas é necessário policiar-se constantemente para que efetive-se essa transformação, acho que no interior de cada um a uma predisposição a valorizar sua própria cultura, pois é algo que construímos desde a infância ao longo de toda a vida, entendi que devemos valorizar nossa cultura mas não desfazer ou desmerecer a cultura do outro.

O QUE É LEITURA




O QUE É LEITURA

Lara de Oliveira Araújo

MARTINS, Maria Helena. O que é Leitura. São Paulo, SP: Brasiliense, 1982, 92p.
Autora: Maria Helena Martins


O livro “O que é Leitura” da autora Maria Helena Martins, discorre sobre Leitura, defendendo a ideia que leitura acontece quando algo nos faz sentindo, independente do letramento, mas da interpretação e reflexão de um fato, objeto ou mesmo leitura da palavra escrita. A autora considera a leitura como um processo de compreensão de expressões formais e simbólicas, relata a importância de desenvolver a habilidade de ler e interpretar para que percebêssemos com maturidade nosso cotidiano e desenvolvêssemos novas possibilidades de reflexão. O propósito do livro é dar elementos ao leitor par acompreender a leitura, tentando desmitifica-la, por meio de uma abordage despretensiosa, mas que permita avaliar aspectos básicos do processo, dando margem a se conhecer mais o próprio ato de ler.
Noprimeiro capitulo a autora demonstra que o leitor não é um mero decodificador de letras, ler depende muito da forma como se interpreta algo, de como reagimos em alguma situação, do sentido que o leitor dá ao objeto lido, que depende do seu interesse e do contexto social, e que a cada novo contato ele poderá interpretar de forma diferente.
O segundo capitulo aborda que adquirimos habilidades para ler através do convívio, das relações interpessoais ao longo da vida, que a leitura não depende apenas do conhecimento da língua, mas das relações entre o interior do leitor e o universo social e cultural.
Como algumas pessoas não possuem estes estímulos, a escrita e leitura tornam-se signos arbitrários, que nem todos possuem o acesso tornando esses signos em instrumentos de poder pelos dominadores, mas podem se tornar instrumentos de libertação pelos dominados.
A autora aborda a aprendizagem e a leitura como uma conquista de autonomia que permite a ampliação dos horizontes, que implica comprometimento e acarreta riscos, pois a leitura exige do leitor ruptura com a passividade, enfrentamentos da situação, que podem lhe causar frustrações. A autora diz que a leitura propicia também a sensação de ter o mundo ao alcance, que podemos compreendê-lo e modifica-lo e para tal precisamosi nteragir com o mundo e que essa interação crie um sentido em nosso interior.

No terceiro capitulo, Maria Helena Martins faz criticas sobre a restrição do conhecimento pelas elites minorias, e de como usam o conhecimento para o controle social, não permitindo que todas as classes sociais desenvolvam elementos para construção do pensamento critico, que a leitura promove. A autora critica o sistema educacional, embasado na decoreba, condena a atuação da escola que não possibilita aos alunos, instrumentos para a verdadeira leitura acerca do mundo, para reflexão, e posicionamentos.
Martins critica os livros didáticos, referindo-se a eles como “manuais da ignorância” e justifica dizendo que os livros que a escola se limita não estimulam o gosto pela leitura, que são elaborados a partir de uma visão conservadora, que estão repletos de falsas verdades a serviço de ideologias autoritárias.
Maria Helena considera que a leitura é um processo de compreensão das expressões formais e simbólicas não importa o meio e de que linguagem faz relação entre texto escrito, contexto histórico e cultura do leitor. A leitura esta condicionada a decodificação simbólica e compreensão a partir de componentes sensoriais, emocionais, intelectuais, fisiológicos, neurológicos, culturais, econômicos e políticos do leitor. A leitura é um processo, em que o leitor participa decifrando os sinais, dando sentido a eles para compreendê-los, levando em conta a situação do texto e leitor, é um dialogo entre leitor e objeto lido.
A autora critica a postura de professores, que restringem o ensino apenas aos livros e escrita propriamente dita, salienta que a aprendizagem não esta condicionada apenas a eles, mas a todo o universo e experiências do cotidiano que permitem descobertas e compreender características comuns e diferenças entre os indivíduos proporcionando elementos para uma postura critica, fundamental para leitura, Maria diz ain daque o professor deve promover no aluno o senso critico, relacionar o conhecimento das leituras ao cotidiano, e possibilitar elementos ao aluno para que ele construa seu aprendizado.

No quarto capitulo, a autora estabelece as inter-relações do indivíduo no ato de ler, abordandoos níveis básicos de leitura, o sensorial, emocional e racional, explica que esses três níveis são inter-relacionados, senão simultâneos, mesmo que um seja privilegiado, depende das experiências, expectativas, necessidades, interesses e contexto geral que o leitor se insere.
A autora inicia sobre os processos de leitura, relatando os níveis que ela considera básicos, como forma de iniciação:
Leitura sensorial: esse processo inicia na infância e acompanha a vida toda, não é uma leitura elaborada, e sim sem racionalização, uma resposta do inconsciente imediata utilizando os sentidos visão, ouvido, tato, olfato e paladar diante do que o mundo apresenta.
A autora aborda o fato dos preconceitos que um livro ou texto podem nos aflorar, das preferencias de leitura que criamos desde a infância, da ocorrência, por exemplo,julgarmos um livro pela capa ou ausência de figuras, sem nos importar com o conteúdo, que pode nos revelar algo interessante.
Leitura emocional: essa leitura lidacom os sentimentos, provoca sensações no leitor seja prazer ou aversão, o leitor passa a identificar-se no que diz o livro. As pessoas tende a refrear esses sentimentos, pois é um campo que elas não possuem controle racional, a autora considera isso tolice, pois essa leitura revelaria no leitor disponibilidade para aceitar o que vem do mundo exterior, para que possamos inferir sobre. A leitura sensorial considera o que o texto provoca em nós leitores, como os textos mexem com nosso subconsciente, a autora discorre sobre assunto afirmando que os autores escrevem já pré-determinando o leitor, inserido num contexto social que tem predisposição acerca de determinada leitura, exemplifica isso utilizando as telenovelas que apresentam um contexto uma estória que agrada principalmente um grupo social formado por mulheres operárias. Aautora explica essa predisposição na individualidade de cada um, e de seus interesses, que no caso das telenovelas é o de se distrair.
Leitura racional: essa leitura é restrita aos intelectuais, que reservam o direito de ditar normas a nossa leitura, e guardam para si o privilégio da criação e fruição das artes, ideias, das coisas boas da vida. O leitor debruça sobre o texto sem envolvimento pessoal, de forma que a leitura demonstre ao leitor apenas o sistema de ideias que o interessa. A leitura nessa perspectiva é vista como um processo de compreensão abrangente, utilizando de suas capacidades a fim de aprender,a leitura racional possui caráter reflexivo e dinâmico.
A autora sintetiza leitura racional acrescentando a leitura sensorial e emocional o fato de estabelecer uma ponte entre o leitor e o conhecimento, a reflexão, reordenação do mundo objetivo, possibilitando-lhe, no ato de ler, dar sentido ao texto e questionar tanto a própria individualidade como o universo das relações sociais. E a leitura não é importante por ser racional, mas por aquilo que seu processo permite, alargando os horizontes de expectativas do leitor e ampliando as possibilidades de leitura de texto e da própria realidade social. Durante a leitura racional o leitor visa mais o texto, tem em mira a indagação; quer mais compreende-lo, dialogar com ele, verifica-se desprendimento do leitor em vontade de aprender um processo de criação.
Os elementos que levam a uma leitura racional esta bem exemplificada nos textos narrativos que nos conta algo, em uma sequencia cronológica. Num texto tudo tem sentido, é fruto de uma intenção consciente ou inconsciente, importa na leitura racional captarmos como se constrói esse sentido ou sentidos, é necessário reconhecer os indícios textuais, que são pistas para o leitor melhor compreender o objeto lido em todos os seus sentidos.
No quinto capitulo a autora relembra as inter-relações entre os diferentes níveis de leituras, e a forte tendência de uma preceder a outra, pois a história, a experiência e as circunstancias de vida de cada leitor no ato de ler, bem como as respostas e questões apresentadas pelo objeto lido, no decorrer do processo, que podem evidenciar certo nível de leitura. Maria Helena diz que, o leitor mesmo que proponha certo nível de leitura seja qual for, é a dinâmica da relação com o texto que irá determinar o nível predominante, o leitor sempre fará uma leitura diferente a cada aproximação de um mesmo texto. A medida que desenvolvemos nossas capacidades sensoriais, emocionais, racionais, nosso modo de ler, mais ainda os níveis se inter-relacionam.
Abordando as características dos níveis de leitura, Martins define leitura sensorial como uma leitura que possui tempo e espaço, e que tende ao imediato; a leitura emocional requer experiências prévias do leitor, é de caráter retrospectivo implícito; e a leitura racional tende a ser prospectiva, a medida que a reflexão determina um passo a frente no raciocínio, transformando o conhecimento prévio em um novo conhecimento ou em novas questões, implica na possibilidade de desenvolver o entendimento acerca do texto lido. Não podemos isolar esses níveis de leitura pois depreciariam a mesma, tornando o nível sensorial em imediatismos, a emocional em conservadorismo e a racional em progressivíssimos, é impossível isola-los pois o próprio homem lê como em geral vive, num processo de interação permanente de sensações, emoções e pensamentos.
No ultimo capitulo a autora reafirma que a leitura para compreendê-la e se efetivar, ela deve preencher uma lacuna em nossa vida, precisa vir de encontro a uma necessidade, de um desejo de expansão sensorial, emocional ou racional, de vontade de conhecer mais, além dos estímulos, percalços do mundo exterior, exigências e recompensas e esforço no caso da leitura racional.
A leitura efetiva implica treinamento, técnica e cada leitor devem desenvolver a sua. Relata a importância da continuidade da leitura, e releitura principalmente em níveis racionais por possibilitar esclarecer duvidas, evidenciar aspectos antes despercebidos ou subestimados, apurar consciência critica, propiciar novos elementos de comparação.